Sobre o Programa

Titulados

  • 1975 – 1999 30%
  • 2000 – 2017 70%
Apresentação

O Programa Patologia, cadastrado junto ao Ministério da Educação desde o ano de 1975, tem sua origem de fato na experiência formativa de pesquisadores desde os primórdios da criação da Faculdade de Medicina de Cirurgia de São Paulo, em 1912, quando a especialidade ainda era uma novidade no mundo todo e trazia entre suas missões a de dar um cunho científico à medicina e de pela pesquisa avançar o conhecimento sobre as doenças.

Denominada inicialmente de Anatomia e Histologia Patológicas, esta área teve a liderança de professores estrangeiros, como o austríaco Walter Haberfeld, primeiro catedrático, e o italiano Alexandre Donatti, primeiro regente de Patologia Geral, que trouxeram a experiência européia da patologia moderna fundada por Rudolf Virchow. Anos mais tarde, em 1920, o convênio com a Fundação Rockefeller trouxe para o departamento os americanos Oscar Klotz e Robert Archibald Lambert, que sob a cátedra de Ludgero da Cunha Motta vão estabelecer o perfil da área por várias décadas, com forte viés para a pesquisa, além das atividades aplicadas para a vertente diagnóstica.

Nesta época, muitas teses de doutorado foram produzidas no âmbito do então Departamento de Patologia, que formou especialistas e pesquisadores de referência brasileiros neste período. Em 1958, assume o novo catedrático, Constantino Mignone, que implanta reuniões anátomo-clínicas, o que dá um passo importante rumo à cultura interdisciplinar e multiprofissional que marca até os dias de hoje a produção científica da pós-graduação de nosso programa de doutorado. Já no decorrer da implantação da reforma universitária e sob as influências do Relatório Sucupira, assume a chefia em 1972 o patologista Thales de Brito, com sólida formação em pesquisa da patologia de moléstias tropicais. Logo em seguida, em 1975, o Programa Patologia é credenciado junto à CAPES para oferecer mestrado e doutorado nos moldes da nova diretriz nacional para a pós-graduação, sob a coordenação de Carlos Eduardo Pereira Corbett.

Inicialmente, a formação nestes níveis estava aberta apenas a médicos especializados em áreas do Departamento de Patologia. Este pré-requisito foi quebrado com a vinda do patologista e notório pesquisador György Miklós Böhm, que, ao assumir a coordenação do Programa Patologia, abriu inscrições para médicos de quaisquer especialidades, formando assim um ambiente de pesquisa mais propício à inovação e a descobertas de maior impacto na área médica como um todo. Deste momento memorável, surgem muitas novas lideranças nas mais diversas áreas médicas além da própria patologia, como a radiologia, anestesia, clínica médica e cirurgia, que ainda hoje exercem papel fundamental na condução de pesquisa no país e no mundo.

O próximo passo, que dá até os dias de hoje o perfil do Programa Patologia, foi trazido por Gregorio Santiago Montes, que coordenou este programa de pós-graduação entre 1988 e 1997. Graças ao trabalho idealizado e conduzido por ele, não só o Programa Patologia mas todos os programas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo adotaram como norma incluir entre os seus estudantes de mestrado e doutorado egressos de todas as áreas profissionais, contribuindo assim para que a pesquisa seja fruto de uma verdadeira interação entre campos interdisciplinares e multiprofissionais, levando a uma profícua produção intelectual, original, inovadora e de impacto para o conjunto do conhecimento da área.

O Programa de Doutorado Patologia tem como objetivo central formar pesquisadores e docentes capazes de produzir avanços nas diferentes interfaces que o estudo das doenças proporciona. Como decorrência desta missão, o Programa Patologia valoriza o ingresso de estudantes de diferentes áreas do conhecimento para realizarem seus doutorados sob a orientação de nossos professores em suas linhas de pesquisa, não mais preocupando a restrição profissionalizante, e sim incentivando a interdisciplinaridade capaz de gerar novos conhecimentos. Esta tendência está consagrada neste programa, sendo reconhecida como sua grande força motriz. Além disso, o Programa Patologia valoriza e incentiva muito a relação orientador-estudante, estimulando que as decisões e caminhos a serem trilhados por este binômio sofram pouca interferência da coordenação ou das instâncias departamentais e institucionais.

Estrutura Curricular

O Programa Patologia conta com disciplinas formativas metodológicas básicas e disciplinas avançadas em linhas de pesquisa. Dentre as disciplinas metodológicas, destacam-se dois grupos, a saber: 1) aquelas que objetivam lastrear o pós-graduando nas bases estatísticas, de desenho de estudo e epidemiológicas; 2) aquelas que instruem e treinam os doutorandos em técnicas laboratoriais avançadas, instrumentando-os para seus projetos.

Nas disciplinas avançadas de linhas de pesquisa específicas, os docentes ministram aulas e supervisionam a discussão de tópicos sobre o estado da arte de suas áreas, tratando de trabalhos recentes, muitos dos quais da própria autoria dos docentes e de seu grupo de pesquisa. Estimula-se que os estudantes também busquem algumas disciplinas em outros programas de pós-graduação de modo a propiciar maior interdisciplinaridade.

Experiências Inovadoras de Formação

A disciplina Bases Éticas, Metodológicas e Gerenciais em Pesquisa Clínica tem sido oferecida totalmente à distância para pós-graduandos de diversos programas de mestrado e doutorado da Universidade de São Paulo, revelando-se uma experiência bem sucedida tanto por permitir a participação dos vários campi sem a necessidade de deslocamento para a capital, quanto pelo fato de congregar estudantes com visões diversas no campo de pesquisa, propiciando o exercício da interdisciplinaridade e lançando potenciais contribuições entre os participantes por aproximá-los por meio desta via.

O Programa Patologia colabora com videoconferências semanais, preparadas sob a forma de discussão anátomo-clínica, com necrópsia transmitida em tempo real, para outras faculdades de medicina no Brasil. Este conjunto forma uma página no site da Faculdade de Medicina da USP chamado “Telepatologia” (www.med.fm.usp.br/telepatologia). Este acervo tem como objetivo contribuir com o ensino-aprendizagem da patologia, e faz parte da iniciativa de se construir e testar técnicas de Ensino à Distância.

Na disciplina de Telemedicina os estudantes assistem aula através de plataforma Adobe Connect pela internet e os professores fazem o acompanhamento e avaliação do estudante comunicando-se com recursos de webconferência e lista de discussão em plataforma MOODLE.

Infraestrutura

O conjunto de 10 laboratórios de pesquisa que compõe o Programa Patologia são:

  1. Laboratório de Informática Médica
  2. Laboratório de Medicina Laboratorial
  3. Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental
  4. Laboratório de Investigação em Patologia Hepática
  5. Laboratório de Patologia Cardiovascular
  6. Laboratório de Investigação em e Imunodeficiências
  7. Laboratório de Patologia das Moléstias Infecciosas
  8. Laboratório de Biologia Celular
  9. Laboratório de Medicina Forense
  10. Laboratório de Fisiopatologia do Envelhecimento

Apoiam diretamente as atividades do Programa de Doutorado Patologia da Faculdade de Medicina da USP duas divisões do Hospital das Clínicas da FMUSP:

  • Divisão de Laboratório Central
  • Divisão de Anatomia Patológica

Além da prestação de serviços diagnósticos para as atividades assistenciais, estas divisões favorecem parte da pesquisa não só do Programa de Patologia, como também da quase totalidade dos programas da Faculdade de Medicina da USP, pois contam com sofisticadas seções de Microbiologia, Hematologia e Citologia, Bioquímica e Hormônios, Imunologia e Sorologia, Parasitologia, Biologia Molecular e Anatomia Patológica.

Recursos e Auxílios

Os recursos dos projetos de doutorado são provenientes principalmente das seguintes agências de fomento e dos orçamentos das seguintes instituições: FAPESP, CNPq, FINEP, Fundação Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas da FMUSP e Universidade de São Paulo. Mais recentemente contamos com recursos e o apoio do MCT/CNPq em projetos do Institutos do Milênio e dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia.